segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

confissão

Antes de mais minha gente por esse mundo afora, um óptimo ano de 2012, que se quer óptimo, feliz e com saúdinha está bem?

E agora atentem, que vem aí uma grande revelação.
E digo isto com o coração apertado, com uma mistura de drama e horror. Sinto-me incrédula face a este acontecimento e sinceramente não sei onde buscar armas para o combater.

Há sempre coisas que achamos que acontecem aos outros. Coisas boas e coisas más. O euromilhões só sai a pessoas lá longe, histórias de amor como nos filmes é só coisa para aquele amigo da prima do zé, pedidos de casamento hollywoodescos é só aqueles do youtube em flashmobe e essas cenas. Coisas más também é só aos outros, certo? Cair no meio de mil pessoas e passar a vergonha da vida não é para nós, histórias maquiavélicas também é só ao vizinho, perder uma nota de 100€ (quando a temos, de longe a longe) então é coisa que esperamos passar-se com um qualquer desconhecido.

Até aqui tudo bem, tudo sossegado, tudo muito calmo.
Coisas muito boas se vierem ter conosco cá estamos à espera, e não dizemos que não.

Agora, dramas, horrores, situações pra lá de tristes, isso é que não. Isso é que não!

Pois. Mas foi há coisa de um mês que o meu espelho retrovisor do carro me pregou uma partida.
Algo que eu achava que só acontecia aos outros (ou outras, vá), que a mim nunca, que eu não seria nunca bafejada com essa crueldade, que eu do cimo dos meus vinte e poucos anos nunca mas nunca seria alvo de algo tão baixo.

E foi numa das minhas olhadelas ao espelho, que o meu coração parou. Atenção: Encontrei um cabelo branco.
Juro por tudo que me caíu uma ou  outra lágrima.
Liguei a umas quantas amigas, a ver quem estava comigo nesta luta. E descobri que vai ser uma luta solitária. Eu disse solitária, não solidária. Parece que ainda é tudo muito jovem para estas coisas.


E desde então, que todos os dias vou lá verificar. O sacana continua. Firme e forte. Espetado no ar como quem diz "caríssima jovem, cá estou eu, a apanhar rede!"
Ainda houve quem me tentasse diminuir a dor: isso é um cabelo loirinho. Não mãe. Não é loirinho. Mas obrigadinha.

E tentando tirar todo o partido desta situação, vendo só o lado bom, estou a tentar tornar-me numa mulher mais madura. Seja lá o que isso for. E seja lá qual for o lado bom deste novo ser.
Também já sei que se arrancar nascem mais fortes e graúdos, e assim sendo, vou respeitar este meu amigo, e deixá-lo estar, sem grandes conflitos.

E foi isto. Estou em trauma psicológico. E portanto todo o apoio que me quiserem dar, eu estou a aceitar.


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